Sentei-me na cama e olhei a meu redor. Via um lençol branco, uma colcha laranja. Via estantes com cd's, com livros e com memórias. Via um quarto nu e cru, frio e vazio. Mas nem pensei em lamentar-me.
Saltei e abri a janela. Nunca uma brisa matinal me soube tão bem na cara. Era fresca. Era o que precisava.
Chinelos? Não. Fui descalça até à cozinha, afinal de contas, aqueles azulejos castanhos também merecem ver os meus pés. E os meus pés merecem sentir o frio que o chão é.
Após uma maçã verdinha, um bom, longo, demorado, molhado, genial, infantil banho acompanhado da banda sonora da minha vida.
É impressionante como a nossa vida é um banho, em que o nosso corpo são os nossos pecados, e a espuma a purificação, o perdão dos outros, que nos lava a pele, a alma, e ainda aquela caixinha traquina que se diz chamar coração.
Alexandra Mendes
Alexandra,
ResponderExcluirGostei! Escreve sempre.
Beijo da tua prof. de português
Helena Vilar