sábado, 28 de novembro de 2009

Insónia

Tenho o peito na mão e a mão no pensamento. O pensamento, esse, tenho-o na barriga, apertado pelo grande saco de sarapilheira que a envolve.
Não sei se essa é a razão pela qual tenho um turbilhão de cócegas na barriga, ou a razão pela qual sinto o sangue a ferver dentro do meu corpo. Apenas sei que me encontro na sala vazia, com a companhia da chuva a cair, e do vento a soprar, e somente consigo esticar as pernas e olhar a lâmpada.
Tenho as mãos geladas (que estranho) , o cabelo despenteado e os olhos estão, muito provavelmente, cansados. Mas não consigo fechá-los. Não consigo esquecer o mundo por um segundo, não consigo dormir, e por isso é que sou louca. Sim, devo ser louca. Só uma louca está às 3:00 da manhã a (tentar) brincar com as palavras, que por sinal parecem ser as únicas que a abraçam, por serem também elas loucas.
Oh, obrigado letras. Obrigado sílabas.

Alexandra Mendes

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O perfeito metido em caixas de segundos

O meu coração batia como orquestra de cinema
e as palavras corriam
como versos de poema.

Os meus olhos cantavam no mudo
e sem querer os meus ouvidos
escutavam o nada e o tudo
que me rodeava.

As mãos tremiam
e o céu parecia verde.
Verde como a esperança
do teu olhar.
Como a força que faz o rio
correr para o mar.

Alexandra Mendes