terça-feira, 7 de setembro de 2010

Como uma criança

Vou desfazer-me.
Deitar fora a preguiça.
Irá com o amor
dentro de uma garrafa
tapada com rolha de cortiça.

Vou atirar esses bichos
para as chamas vermelhas
e para as línguas de fogo
que nunca conseguem ser velhas.

Suponho que se vá evaporar
essa solução tóxica.
Espero é não poluir o ar,
senão ainda alguém apanha a doença
e por pouca culpa que tenha,
verão sempre como uma ofensa.

- Cuidado ó alma inocente..
se fosse só estalar os dedos
estarias tu bem contente.


Alexandra Mendes

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Lamúrias!

Abram-se as cortinas!
Tire-se os chapéus!
Largue-se foguetes
para romper
e ferir os céus!

Contorça-se na cama
e abrace o lençol.
Esqueça-se a fama,
a essa, envie-se para o sol!

Que hoje o dia é luz branca
e a relva é verde, molhada.
E a ferida quase sempre estanca
e parte-se para uma nova embrulhada.

Alexandra Mendes