domingo, 19 de julho de 2009

(Re)conforto

Eu estou aqui. Podes vir para o meu colo e deixar que essas tuas doces lágrimas te escorram pela face. Não te vou julgar nem tão pouco vou fingir que te compreendo, mas vou tentar olhar para ti e beber fundo dos teus olhos para encontrar a beleza alegre que há muito vi desaparecer de ti.
Desculpa se a cozinha não está arrumada, desculpa se as facas estão por afiar e se o chão está por varrer, mas não tive tempo para assear esta divisão da casa. Fui a correr ter contigo, e ao pensar em carregar-te nos meus braços esqueci-me da confusão que se encontrava no meu apartamento.
Ah, e desculpa o fumo do meu cigarro, sei que não gostas, mas a tua fragilidade provoca em mim esta preocupação obsessiva que faz transformar a calma em stress. Nunca pensei encontrar-te assim, e por isso desculpa-me a expressão de não saber o que fazer.
Se soubesses o mundo que és, se soubesses o belo que o teu sorriso é, não ousavas sequer em verter uma lágrima de choro. Não ousavas sequer em entristecer-me com a tua tristeza.
Oh well, não há nada a fazer. Eu prometo ficar contigo toda a noite neste sofá velho e de cor garrida. Prometo que quando voltares a ousar esboçar um sorriso, por mais leve e discreto que seja, pego em ti, e dançaremos na varanda ao som de uma balada seca e monótona.
Prometo cumprir, prometo deixar que me atires esse teu jeito à cara, prometo deixar que me apaixones em silêncio.

Alexandra Mendes


Um comentário:

  1. Adorei! (: Podia ter sido eu a escrever este texto.

    És uma orgulho, miúda.

    beijinho,
    Alexandre Santos Quinteiro

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