segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Cubo (con)gelado

Por favor não me deixes aqui! O chão está frio e estou a avistar nuvens pretas a caminhar para mim. Não deixes que a minha cabeça seja invadida por questões e dúvidas incontroláveis, não pares o sangue! Passa-me a mão pela face e limpa-me esta porcaria destas lágrimas, pára com isto! Faz com que elas parem!
Não deixes que o meu peito se corroa nem se desfaça, não me esmigalhes o coração como se fosse um pão sem sal, branco. Ele é vermelho!
Oh tira-me daqui... Este lugar está-me a cruxificar a alma. Está-me a pôr como pedra gelada, não deixes! Não mudes! Não alteres cada traço do teu ser, não te esvazies, não fujas, não desapareças.
Os meus olhos só sabem gritar por ti, e não se calam. O meu corpo sente a tua falta quase tanto como eu. Traz-te para mim. Preciso de ti.

Alexandra Mendes

2 comentários:

  1. Estou a gostar muito, tirando um errito ou outro que já detectei, mas, perante a beleza dos textos, perdem importância.
    Serei visita assídua.
    Beijinho da tua professora de português.

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